segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Todos estão com muita pressa

Hoje em dia, principalmente nos grandes centros, as pessoas correm o tempo todo para dar conta dos seus infindáveis compromissos. É chique e modernoso parecer estar sempre muito ocupado, atarefado e apressado. Para ser cool, há que se estar sempre com aquele ar blasé, próprio de quem é alguém supostamente importante demais para perder tempo com questões mundanas e comezinhas.
Agora, será que há necessidade de marcar tanta coisa simultaneamente, ou o homem dito moderno não está sabendo programar direito a sua agenda e priorizar os eventos da sua vida?
Tem gente que faz muitas coisas sem prestar a devida atenção, pois está sempre com a mente na próxima tarefa ou no próximo lugar em que deverá estar. Não se concentra em nada direito. Às vezes, um sujeito está em um local, mas já está conectado, de várias maneiras (celular, lap top e o escambau...) a outras pessoas ou eventos.
Tenho presenciado muitas situações em que um grupo de pessoas está reunido em determinado lugar, mas todas elas estão falando ou teclando ao celular, quando não estão conectados à web, tuitando. Ou seja, estão fisicamente próximos, mas mentalmente apartados e distantes.
Tal conectividade abusiva tem gerado outros sintomas em nossa sociedade. As pessoas estão cada vez interagindo menos tête-à-tête. Estão diminuindo sensivelmente os contatos de camaradagem, espontaneidade e interação no mundo real e físico. Muitos andam como autômatos por todos os lugares. Não se comunicam diretamente e, em muitos casos, mesmo em vias públicas movimentadas, sequer percebem a presença de outras pessoas ao seu redor, o que pode ser perigoso até em relação às questões de segurança.
Apesar de tanta comunicação virtual em tempo real com "amigos" distantes, há muitas situações em que as pessoas praticamente não se comunicam com aqueles que estão fisicamente próximos. É um contra-senso, mas nesta época em que as formas de comunicação encontram-se tão em alta, talvez seja o tempo em que os seres humanos estejam interagindo menos e se relacionando com muito mais frieza nas suas andanças e ações cotidianas.
Tem havido cada vez menos espaço nas ruas e lugares públicos para a cortesia, para a troca de ideias e para a comunicação direta e presencial. Cada vez menos as pessoas tem observado o seu próximo. Entre a pressa desenfreada e a onipresente comunicação à distância, acabou sobrando para a convivência cordial e pacífica entre as pessoas, que quase já não existe mais. Está fadada à extinção. Pior para nós, que cada vez mais estamos passando a viver num mundo mais individualista e muito menos coletivo e solidário.

2 comentários:

Eraldo Paulino disse...

Apesar de eu ser um defensor da importância das redes sociais para a sociedade contemporânea, também penso que, infelizmente, as pessoas tendem a usar esses recursos como uma espécie de fuga existencial.

Que bom vê-lo por aqui de novo, meu caro.

Abraços!

Altavolt disse...

Caro Eraldo: As redes sociais são como tudo na vida, precisam ser utilizadas com parcimônia. Podem ser muito úteis, mas se mal utilizadas ou se utilizadas em excesso tendem a trazer alguns efeitos colaterias indesejáveis.
Obrigado pela visita e grande abraço!

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