Apesar de já ter sido considerado por muitos o ópio do povo, o futebol é um dos elementos culturais mais presentes e marcantes na vida dos brasileiros.
Dada a nossa paixão espontânea por esse esporte, se bem trabalhadas, as escolinhas de futebol seriam uma das formas mais eficazes de mantermos as crianças longe das ruas, da violência e das drogas.
O futebol, para alguns escolhidos, ainda é a forma mais democrática de ascensão social. Se o garoto for bom de bola e tiver as ajudas necessárias e oportunas talvez venha a se tornar mais um astro dos gramados.
Contudo, não é exatamente a paixão e o suposto lado mágico do futebol que quero abordar aqui.
O que tem me preocupado muito em relação aos jogos de futebol são as verdadeiras praças de guerra nas quais se transformaram as arquibancadas dos estádios brasileiros.
No último domingo, pela televisão, enquanto assistia à vitória do São Paulo sobre o Vasco, em São Januário, foi possível sentir, pelo áudio do estádio, todos os absurdos cometidos pela torcida Independente. Dava para ouvir os gritos de guerra dos vândalos - pois para mim não são torcedores, mas sim vândalos travestidos de torcedores - hostilizando e chamando para briga a torcida do Vasco, bem como gritando impropérios e ameaças às outras torcidas dos times de São Paulo, que nem por perto estavam. Em dado momento, rimavam aos berros: “...cocaína com ...dar porrada na torcida vascaína”. Atitude, aliás, pouquíssimo inteligente, tendo em vista o número muito maior de torcedores do Vasco. Aliás, em geral, nos jogos eles gritam muito mais vezes o nome da Independente ou das outras "organizadas" do que o do São Paulo ou dos seus respectivos times. São-paulino que sou, fiquei feliz com o desempenho do meu time, mas não com o dessa famigerada torcida, que reputei como execrável. Como admirador do futebol, acho que nos estádios só deveria importar o que acontece dentro das quatro linhas, sendo o desempenho dos clubes do coração, bem como dos craques, os principais focos da atenção dos torcedores. Não faz o menor sentido ir a um estádio para entoar cantos de guerra em nome de Independente, Mancha-Verde, Gaviões ou qualquer outra torcida organizada. Para mim isso é uma aberração, um aleijão cultural que foi se formando ao longo do tempo. Como todas as pessoas de bom senso e amor pela vida, deixei de freqüentar estádios de futebol. Não que não tenha vontade de assistir a bons jogos, pois ver um jogo ao vivo é sempre uma emoção muito intensa. Mas, do jeito que a estupidez e a ignorância se apossaram das arquibancadas, esse não é mais um programa recomendado para os cidadãos comuns. Das últimas vezes que fui, pude perceber que os torcedores das organizadas se preocupam muito mais com as suas ações e os seus cantos de guerra do que com o andamento das partidas. Muitas vezes se postam até de costas para o gramado, tamanho o desinteresse pelo esporte em si.
Não sei como, mas essas torcidas, com esse modus operandi, precisariam realmente ser extintas, pois estão acabando com toda a graça e encanto que havia em assistir o nosso time jogando, ali bem pertinho do gramado.
Sempre achei que ao torcedor cabe se emocionar, elogiar seus ídolos, xingar o juiz, xingar o técnico, protestar verbalmente contra o que acha errado, e só. As arquibancadas são realmente um local para extravasamento de emoções, mas tudo dentro de certos limites físicos e éticos. Pára por aí a interferência da torcida no espetáculo, até porque, como cidadãos, deveríamos ter assuntos muito mais sérios do que o futebol para nos preocuparmos.
Dada a nossa paixão espontânea por esse esporte, se bem trabalhadas, as escolinhas de futebol seriam uma das formas mais eficazes de mantermos as crianças longe das ruas, da violência e das drogas.
O futebol, para alguns escolhidos, ainda é a forma mais democrática de ascensão social. Se o garoto for bom de bola e tiver as ajudas necessárias e oportunas talvez venha a se tornar mais um astro dos gramados.
Contudo, não é exatamente a paixão e o suposto lado mágico do futebol que quero abordar aqui.
O que tem me preocupado muito em relação aos jogos de futebol são as verdadeiras praças de guerra nas quais se transformaram as arquibancadas dos estádios brasileiros.
No último domingo, pela televisão, enquanto assistia à vitória do São Paulo sobre o Vasco, em São Januário, foi possível sentir, pelo áudio do estádio, todos os absurdos cometidos pela torcida Independente. Dava para ouvir os gritos de guerra dos vândalos - pois para mim não são torcedores, mas sim vândalos travestidos de torcedores - hostilizando e chamando para briga a torcida do Vasco, bem como gritando impropérios e ameaças às outras torcidas dos times de São Paulo, que nem por perto estavam. Em dado momento, rimavam aos berros: “...cocaína com ...dar porrada na torcida vascaína”. Atitude, aliás, pouquíssimo inteligente, tendo em vista o número muito maior de torcedores do Vasco. Aliás, em geral, nos jogos eles gritam muito mais vezes o nome da Independente ou das outras "organizadas" do que o do São Paulo ou dos seus respectivos times. São-paulino que sou, fiquei feliz com o desempenho do meu time, mas não com o dessa famigerada torcida, que reputei como execrável. Como admirador do futebol, acho que nos estádios só deveria importar o que acontece dentro das quatro linhas, sendo o desempenho dos clubes do coração, bem como dos craques, os principais focos da atenção dos torcedores. Não faz o menor sentido ir a um estádio para entoar cantos de guerra em nome de Independente, Mancha-Verde, Gaviões ou qualquer outra torcida organizada. Para mim isso é uma aberração, um aleijão cultural que foi se formando ao longo do tempo. Como todas as pessoas de bom senso e amor pela vida, deixei de freqüentar estádios de futebol. Não que não tenha vontade de assistir a bons jogos, pois ver um jogo ao vivo é sempre uma emoção muito intensa. Mas, do jeito que a estupidez e a ignorância se apossaram das arquibancadas, esse não é mais um programa recomendado para os cidadãos comuns. Das últimas vezes que fui, pude perceber que os torcedores das organizadas se preocupam muito mais com as suas ações e os seus cantos de guerra do que com o andamento das partidas. Muitas vezes se postam até de costas para o gramado, tamanho o desinteresse pelo esporte em si.
Não sei como, mas essas torcidas, com esse modus operandi, precisariam realmente ser extintas, pois estão acabando com toda a graça e encanto que havia em assistir o nosso time jogando, ali bem pertinho do gramado.
Sempre achei que ao torcedor cabe se emocionar, elogiar seus ídolos, xingar o juiz, xingar o técnico, protestar verbalmente contra o que acha errado, e só. As arquibancadas são realmente um local para extravasamento de emoções, mas tudo dentro de certos limites físicos e éticos. Pára por aí a interferência da torcida no espetáculo, até porque, como cidadãos, deveríamos ter assuntos muito mais sérios do que o futebol para nos preocuparmos.