quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Noite de Personal Autograph Delivery do livro BLOGÔNICAS DO INCONFORMISMO

Prezados incautos e escassos leitores, informo a todos que no último dia 23 de fevereiro foi lançado o meu segundo livro: BLOGÔNICAS DO INCONFORMISMO, o qual também se encontra disponível para aquisição no site www.clubedeautores.com.br, juntamente com o "Grotesco...", meu primeiro livro. Basta clicar nas respectivas capas, abaixo, para ser direcionado às páginas de venda. 

A noite de autógrafos funcionará no sistema delivery, e será na Livraria Cultura de São Paulo (Conjunto Nacional), point em que são feitos os grandes lançamentos. Cada pessoa que fizer a aquisição online de um dos meus livros, terá o direito a receber o personal autógrafo, que será concedido nas dependências da famosa livraria, bastando para isso que, com antecedência e por e-mail, marquemos o horário de encontro naquele local.

O personal autograph delivery é uma nova forma de fazer com que os compradores dos livros, cujas vendas são online, possam encontrar com o autor e receber a sua dedicatória personalizada.    

Seguem abaixo as sinopses dos meus dois livros. Desde já agradeço a atenção de todos vocês. Caso necessário, e se o número de compradores exceder as nossas expectativas, poderemos, eventualmente,  alugar e disponibilizar uma Kombi, para facilitar e tornar mais confortável o transporte das pessoas até a livraria Cultura.

Aguardo o contato de vocês para a noite de personal autógrafos delivery, hein galera!

Abaixo disponibilizo as informações sobre os livros, bem como as respectivas sinopses. Obrigado a todos!

Clique aqui e será direcionado para a página de venda deste livro.
BLOGÔNICAS DO INCONFORMISMO 
Coletânea de textos publicados de 2008 a 2013 
Autor: Altamir Souza 
Sinopse: 
Este livro reúne os melhores textos produzidos e divulgados pelo autor no blog ALTAVOLT (www.altavolt.blogspot.com), cujo lema principal é : "Pílulas de cidadania, sarcasmo e nonsense! A busca constante pela hipocrisia zero! Em suas crônicas, Altamir Souza procura sempre mostrar outros ângulos de abordagem para muitas situações e fatos corriqueiros em nosso mundo atual. A visão crítica e irônica está sempre presente em sua escrita. O autor tenta, de maneira bem humorada e simples, dar sua pequena contribuição para a conscientização e para o desenvolvimento do pensamento crítico dos seus leitores. Para ele, analisar e entender as coisas do cotidiano e os comportamentos humanos é sempre muito importante para vivermos mais e melhor em sociedade. Acredita o autor que só assim chegaremos a um mundo mais igualitário, humano e fraterno, no qual as preocupações com o coletivo passem a ser mais presentes e frequentes do que as iniciativas estritamente pessoais e em benefício próprio.


Clique aqui e será direcionado para a página de venda deste livro.
Grotesco: Como (Não) Ser Um 
Tudo aquilo que, como cidadãos, deveríamos saber, mas ainda não aprendemos 

Autor: Altamir Rodrigues de Souza 
Sinopse: 
O livro procura ligar o nome à pessoa do grotesco, que é um personagem indefinido, mas muito comum nas nossas idas e vindas diárias, ao qual talvez a maioria dos leitores ainda não tenha sido formalmente apresentada. Grotescos existem em todos os meios e em todas as situações. Humildemente, procuramos aqui demonstrar alguns motivos deles existirem de forma tão abundante nos dias atuais. Através de contos, crônicas e aforismos, tentamos montar um amplo painel sobre o que é a grotesquice humana. Num segundo momento, o leitor irá depreender o que seria necessário mudar em nossas vidas para a erradicação dos grotescos e das suas consequentes grotesquices, tão nocivas ao convívio social. Espero que seja uma leitura leve e divertida, que possa de alguma forma contribuir para a melhoria da nossa convivência cotidiana.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Por que o som do Mundo Livre S/A é tão indispensável?


Durante o Carnaval, fui a mais um show do Mundo Livre S/A, desta vez no SESC Santana. Como já conheço a banda liderada pelo eclético e criativo Fred Zero Quatro, artista emblemático da cena recifense, a alta qualidade da apresentação não me surpreendeu, mas apenas confirmou os vários motivos que dão suporte à admiração que nutro pelo grupo pernambucano.  
A banda Mundo Livre S/A, liderada pelo
 cavaquinho de Fred Zero Quatro.
A simplicidade e a espontaneidade da banda no palco são dignas de nota, visto que não há qualquer espaço para afetação ou estrelismo. Os diálogos entre eles mesmos, entre eles e a produção e, principalmente, com o público são diretos, bem-humorados e criativos. Ou seja, não ficam nos lugares-comuns dos shows pasteurizados, tão repetitivos e em voga atualmente, nos quais se endeusam, por interesses mercadológicos, sempre as mesmas figurinhas carimbadas e desprovidas de talento. Não há média ou rasgação de seda, a não ser com artistas que realmente sejam talentosos e merecedores de elogios, como Jorge Ben e Chico Science.
O Mundo Livre S/A é formado por excelentes músicos e, desta maneira, a qualidade do seu som é das melhores que podemos contemplar nos dias atuais. Contudo, as letras das canções é que dão o tom diferencial e especial à apresentação da banda. As músicas são na grande maioria divertidas, dançantes e cheias de suingue, mas nem por isso as letras, críticas e engraçadas, deixam de fazer pensar e refletir sobre uma série de temas que não podem estar fora de pauta na sociedade atual.
Resumindo, é um show feito pra dançar e desopilar o fígado, que, além disso, faz com que a plateia saia de lá pensando melhor. Onde está escrito que música para divertir tem necessariamente que contar com letras absurdas ou idiotas, que beiram a debilidade? Como já propôs o Barão Vermelho há alguns anos, pensar e dançar é bastante possível, e o Mundo Livre está aí para confirmar plenamente essa possibilidade.  
Consumismo desenfreado, padrões de comportamento idiotizados e repetitivos, a fé cega e alienada, a supervalorização dos bens materiais em detrimento do verdadeiro crescimento espiritual, além das altas doses de hipocrisia na política e na vida pública, tudo isso e muito mais é criticado e posto em cheque pelas inspiradíssimas canções do Mundo Livre S/A.
Capa do último disco do Mundo Livre S/A, que traz canções
 indispensáveis como Fucking Shit e  Tua  Carne Black Label.
Todas as músicas do Mundo Livre S/A, de todas as épocas e de todos os discos, são indispensáveis e precisariam ser ouvidas com muito mais frequência nas rádios e apresentadas recorrentemente nos canais da televisão aberta. Entretanto, não há interesse algum das redes de televisão aberta em mostrar músicas e artistas de real valor. Os programas das redes comerciais de TV primam apenas por difundir novidades pegajosas, grudentas e imbecilizantes, que além de nada acrescentar à cultura dos brasileiros, ainda os torna mais alienados.
O novo disco do Mundo Livre S/A, Novas Lendas da Etnia Toshi Babaa, é um dos exemplos de obras que precisariam e poderiam ser altamente difundidas, curtidas, dançadas e pensadas, principalmente pelos nossos estudantes, pois o seu teor é exatamente para isso: Ouvir, refletir, inspirar, questionar, sem que com isso não seja possível dançar e se divertir muito também.
O Brasil precisa muito mais da obra do Mundo Livre S/A do que podemos imaginar à primeira vista, mas infelizmente a mídia e a indústria “cultural” continuam dando amplo apoio às letras onomatopeicas e de conteúdos explícitos e diretos, que nenhum trabalho ou questionamento causam aos abandonados neurônios dos ouvintes, muito pelo contrário.    

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Homem-Carro e outros heróis do nosso tempo

Dando continuidade à saga de heróis modernos
 e reais, em série livremente inspirada no
 poema  "Homemcarro", de Ademir Assunção,
 em  seu  livro  "A Máquina Peluda", a quem já
 homenageamos anteriormente  com o post
"Homem-Sapato" ,  apresentamos agora
 estes novos personagens.


Devido aos avanços tecnológicos e industriais das últimas décadas, ficou fácil para considerável parcela privilegiada da população mundial ter acesso aos automóveis próprios em números cada vez maiores de exemplares e modelos por família bem-sucedida.

Tal facilidade possibilitou o surgimento de uma classe de humanos que não concebe que os deslocamentos diários, de qualquer distância que seja, possam ser realizados sem lançar mão do seu cada vez mais moderno e poderoso automóvel. Com o tempo, a interação homem e máquina tornou-se tão intensa, que uma relevante parte da humanidade começou a transmudar e a transformar-se em uma classe de mutantes: os homens-carro.   
Hoje em dia, as ruas das grandes e mais abastadas cidades do mundo estão repletas desses seres poderosos e arrogantes, para os quais todos os urbanistas, governantes e empresários têm dado o seu amplo e irrestrito apoio. Os Homens-Carro ditam as regras e as modalidades urbanas de transportes. Em relação a qualquer política que se queira implantar nas cidades, primeiramente são estudados os impactos nas vidas dos homens-carro. Somente depois de atendidas as suas necessidades é que a sociedade se volta para outros mutantes modernos, como o Homem-Sapato, o Homem-Bike, e os motorcycle-men.
Há ainda categorias como os skate-boys, que também vivem às turras com a sociedade sobre onde seria o lugar ideal para as demonstrações das suas habilidades. 
Contudo, mal ou bem, os mutantes acima, apesar de sempre estarem sujeitos às reverências e prioridades sociais concedidas aos homens-carro, acabam se organizando minimamente e, ainda que de forma rudimentar, conseguem ser vistos como classes humano-mutantes. 
A vida nas grandes cidades fica difícil mesmo, ou quase impraticável, para os homens-rato, categoria mutante subumana, que se alastra e se arrasta pelos becos, vielas e embaixo dos viadutos e pontes. Os homens-rato vivem das sobras e dos favores de má vontade de todas as outras espécies urbanas. Apesar de ser uma categoria humana também moderna, não há qualquer glamour ou elegância na vida dos homens-rato. Vivem jogados às margens das avenidas e ruas por onde trafegam, às vezes velozes, às vezes engarrafados, os onipresentes homens-carro. De tão comuns na paisagem urbana, os homens-rato já não são mais sequer notados, principalmente pelos ocupados, importantes e apressados homens-carro. 
Alguns homens-rato ainda têm consciência e energia para tentar trabalhar e levar uma vida digna e nesse caso podem se transformar em uma categoria intermediária: a dos homens-carroça. Os homens-carroça prestam um importante serviço à sociedade, uma vez que, mesmo de forma improvisada, muito contribuem para a coleta de resíduos e restos que poderiam eventualmente complicar ainda mais, se é que isso é possível, os deslocamentos dos ocupados, importantes e superiores homens-carro. Muitas vezes, os homens-carroça são obrigados a se deslocarem em meio ao pesado tráfego de homens-carro e quase são trucidados por esses déspotas do trânsito, mas, mesmo assim, conseguem levar a sua vida de mutantes de segunda classe.             
Assim, segue a vida urbana moderna, repleta de castas de mutantes que pouco ou nada interagem entre si. As interações ficam restritas e ensimesmadas nas próprias classes e se dão principalmente de maneira virtual e à distância. Dessas interações surgem as subclasses de homens-carro, ou seja, os homens-facebook, os homens-twitter, os homens-tablet e os notebook-men, entre possíveis muitas outras que vão aparecendo. 
A lamentar, apenas e principalmente, é o fato de que todos esses super-heróis modernos pouco ou nada fazem para realmente democratizar e solidarizar a vida de todas as classes na moderna sociedade, trabalhando para que a subclasse dos homens-rato deixe de existir, e que todos os homens possam passar a viver em condições realmente mais igualitárias e menos diferenciadas e discriminatórias. Afinal, não precisamos de heróis, precisamos de homens, apenas homens.  

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O árido deserto imbecilizado do Brasil

Nos últimos dias, muita gente, principalmente nas redes sociais, se mostrou descontente ou até mesmo furiosa com o artigo do jornalista Mino Carta intitulado A imbecilização do Brasil, o qual foi publicado como editorial da revista Carta Capital.
Por mais que os termos e opiniões ali expressados sejam fortes e nos façam pensar e ponderar sobre o tema, não há grandes possibilidades de discordarmos profundamente das teorias defendidas por Mino em seu corajoso texto.
Por mais que, como brasileiros que somos, a carapuça possa nos servir de maneira completa e acabada, temos que parar para refletir sobre tudo aquilo que o articulista discorre em sua matéria.
Mino afirma que nas últimas décadas houve grande diminuição da produção cultural de qualidade no Brasil e esse fato é incontestável. Por mais que pensemos em nossos grandes nomes das artes e da cultura nos últimos tempos, eles só serão as exceções (algumas brilhantes, é verdade), que irão confirmar a regra de que no Brasil há muito tempo não se incentiva, tampouco se valoriza, as manifestações culturais de qualidade, dotadas de profundidade e capacidade de gerar a reflexão e o aprendizado por parte da população.
É sabido por todos que o sistema educacional brasileiro é e sempre foi elitista e está falido há décadas, e que vem se deteriorando mais e mais a cada ano. Diante desse quadro caótico da nossa educação, a população brasileira, cada vez mais, se vê despreparada para crescer e progredir como nação, visto que não lhe são fornecidos os elementos e ferramentas fundamentais para isso. E deve ficar claro aqui que não estou falando apenas da população mais carente do Brasil, muito pelo contrário, pois temos encontrado cada vez mais nas classes média e alta os maiores índices de preconceitos, de desrespeitos ao próximo e às leis, bem como de desvalorização de todos os aspectos e comportamentos que possam representar a cidadania de um povo.
É inegável que o povo brasileiro melhorou economicamente nos últimos dez anos, mas, como afirma Mino, as melhorias econômicas devem ser acompanhadas das melhorias dos níveis de cidadania e cultura da população. Uma população não se desenvolve apenas com o aumento do consumo de bens, produtos, carros e músicas de baixa qualidade. O povo brasileiro precisa crescer em consciência, em esclarecimento acerca da sociedade que o rodeia. Precisa crescer em cidadania, igualdade, justiça e no respeito às diferenças sociais, culturais e de origens.    
Quanto ao fato de a grande mídia - que no Brasil está concentrada nas mãos de poucas famílias - e da "indústria cultural" apenas continuarem trabalhando para manter o nosso povo na ignorância, mais uma vez Mino acerta brilhantemente. A grande maioria das "produções culturais" de massa, como as novelas, os programas televisivos e os discos dos artistas dito populares é totalmente pautada pelo mais baixo nível intelectual. Assim, temos um quadro em que, de um lado são fornecidos produtos culturais de baixíssima qualidade e do outro há um público completamente despreparado para analisar e reprovar aquele conteúdo, o qual lhe é enfiado goela abaixo de maneira sistemática e orquestrada pela poderosa indústria do entretenimento.    
Some-se a tudo isso o enorme poder que o marketing e a propaganda têm em um país colonizado como o Brasil e chegaremos ao que temos atualmente: uma população que consome muito e até de maneira desenfreada, mas que não tem preparo para raciocinar em relação à massificação a que está submetida, uma vez que não aprendeu em tempo algum a pensar com a própria cabeça e a não apenas seguir as grandes tendências e correntes que o mercado impõe a todo momento, umas depois das outras, de acordo com as conveniências de quem detém o poder econômico. 
O povo brasileiro precisa muito de consciência e de cidadania. Precisa urgentemente sair desse deserto de alienação em que está metido, muito embora a maioria de nós não se dê conta disso, infelizmente. 
Penso que em vez de nos enfurecermos com Mino Carta por ter dito verdades dolorosas, temos, isso sim, que trabalhar por uma democracia mais verdadeira e, mais do que tudo, em prol daquilo que vai alavancar o Brasil em todos os sentidos: a educação plena e de qualidade para todos os brasileiros.

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