sábado, 8 de setembro de 2012

Em Sampa tá ruço, mano!

Os eleitores da cidade de São Paulo, nas poucas eleições para prefeito que foram realizadas a partir de 1985, mostraram prioritariamente que tem a característica marcante de confundir a urna eleitoral com penico. Senão, vejamos. Da redemocratização do país até hoje, ocorreram sete eleições municipais em todo o Brasil e em São Paulo. Houve eleições em 1985, 1988, 1992, 1996, 2000, 2004 e 2008. 
Nessas sete eleições, apenas em 1988 e 2000 o eleitorado de São Paulo escolheu os melhores candidatos, no caso, candidatas, Erundina e Marta. Essas candidatas, eleitas prefeitas, realmente eram, em cada uma das eleições em que participaram, as alternativas mais acertadas e voltadas à implantação de gestões democráticas  e populares na cidade de São Paulo. Nas outras cinco eleições, os paulistanos sempre optaram pelos candidatos com grande tendência à administração de direita e voltada aos grandes interesses econômicos e à realização de obras faraônicas ou iniciativas equivocadas e inócuas, que poucos resultados efetivos trazem à enorme população das periferias. Mas, depois da eleição já é tarde, o prefeito mal eleito tem quatro anos para tornar a vida nessa metrópole ainda pior, principalmente para os cidadãos mais pobres, que são os que mais precisam das boas e eficazes iniciativas do poder público municipal.       
Relembrando, a título de esclarecimento, Sampa já elegeu, em anos recentes, Jânio Quadros, Paulo Maluf, Celso Pitta, José Serra e Gilberto Kassab. É importante frisar que esses senhores venceram, nos respectivos pleitos, pessoas como FHC, Suplicy, Erundina e Marta. Ou seja, o povo paulistano já demonstrou que tem uma enorme tendência para votar mal, como se encarasse a urna eleitoral como penico, sem a menor preocupação ou responsabilidade.
Nas eleições que se aproximam, mais uma vez as pesquisas apontam fortemente para uma nova escolha equivocadíssima e impensada do eleitorado paulistano. Na frente de todos, com percentual altíssimo, aparece uma figura insossa e de passado de poucos feitos conhecidos, mas que já andou com Maluf em outros tempos, Celso Russomanno. Ele parece ser o candidato vazio e queridinho da vez.
Espero que a cagada eleitoral não se repita em São Paulo. Ainda há tempo dos paulistanos darem um basta a esse tipo de administração centralizada, ditatorial e equivocada, que por tantos anos dominaram a cidade.
Ainda estamos sob a política higienista e militarizada do Sr. Kassab, o Jânio sem álcool, em alcunha muito propriamente dada a ele pelo jornalista Xico Sá. Será que esses oito anos desse tipo de administração ainda não foram o suficiente para as periferias de Sampa votarem em outra direção? Será que vão escolher novamente um prefeito insípido e inodoro, que pouco ou nada vai mudar na vida dos paulistanos, principalmente dos mais necessitados?
Só nos resta deixar aqui um apelo: Que nas próximas eleições, o eleitor encare a urna eleitoral como aquilo que é, o local para depositar o seu voto consciente, visando eleger prefeito e vereadores que trabalhem por uma São Paulo melhor. O panorama em São Paulo já tá ruço, mano, não faça com que ele ainda fique pior a partir do ano que vem. Bom voto a todos!   

São Paulo merece ser governada por pessoas de maior credibilidade e de outra estirpe, com posturas e biografias diferentes dos exemplos aqui mostrados! 

4 comentários:

Tânia Peixoto disse...

Grande Altamir!

Como sempre, escrevendo muito bem e chamando atenção para questões muito pertinentes!
Em linhas gerais, meu amigo, digo-lhe que o povo tem memória curta e que é co-responsável pelo contexto em que todos nos encontramos, seja em São Paulo, seja no Cariri. Pessoalmente, cheguei ao meu limite: não votarei em ninguém, não me sinto representada por nenhum dos candidatos aos cargos pleiteados: prefeito e vereador. Opto pela nulidade de forma muitíssimo consciente. Aquele discurso de é melhor votar em sicrano para não eleger beltrano, perdeu o prazo de validade e revela que quem corrompe não é o poder, mas, o candidato eleito é que se revela ao assumir cargos de relevância máxima. A política, no Brasil, tornou-se um ciclo vicioso e é uma mãe de tetas fartas, alimenta muita gente. Não dá mais, não consigo mais...
Faço minha, aqui, uma reflexão da artista Mathilda Kovak, postada em seu mural, no Facebook:

"Se eu fosse jovem, em vez de fazer campanha pra este ou aquele candidato, eu iria pras urnas fazer piquete e impedir a população de votar. Sabotar as eleições, agora, é tão legítimo quanto exigir liberdade, nos anos 70/80. Agora, é a hora de se exigir a verdade. Esse julgamento do mensalão não passou de um reality show que deu muita audiência às TVs, que, afinal, mandam no país, desde a década de 60. As eleições não passam de mais um espetáculo televisivo. Jovens, digam não à eleição! Como nós marchamos pelas diretas, marchem pelo fim da democracia. O regime democrático é, agora, o equivalente à ditadura militar, d'outrora. Sejam CONTRA! Não importa o quê."

Abraço grande aqui do Cariri.
Tânia Peixoto

Altavolt disse...

Olá, Tânia, minha leitora fiel!

As suas considerações foram mais contundentes e ferozes do que o meu humilde post. rsrs Ainda me considero um passo atrás dessa desobediência civil proposta, até por que a falta de noções de civismo e cidadania da nossa população é alarmante e ainda não propicia um movimento dessa natureza. Eu ficaria feliz em saber que os eleitores estão ao menos escolhendo os poucos bons candidatos que existem pelo Brasil. Infelizmente, nem isso acontece. Parece que há uma atração do eleitor brasileiro pelo que há de pior em todos os sentidos. Por exemplo, em São Paulo, considero que existem dois bons candiadtos a prefeito, o Haddad e o Giannazi. Mas a maioria pensa diferente, e parece que vão eleger um novo Kassab. Fazer o quê? Tentar, com trabalho de formiguinha, manter o debate aceso. A nossa falta de cultura, cidadania e educação é gritante, e quantas vezes já batemos nessa tecla? Obrigado por colaborar com ideias nessa discussão.
Grande abraço de Sampa!
Altamir

Tânia Peixoto disse...

É verdade, Altamir. A nossa sociedade ainda não está devidamente preparada para mudar o rumo de sua própria história (como os revolucionários do passado), infelizmente, pois, está visceralmente VICIADA em ações mais cômodas e a pior espécie de políticos, realmente, a atrai. É algo patológico, só pode ser!!!
Voce tem toda razão ao afirmar que o debate precisa ser realimentado, cotidianamente. Quem sabe, dentro de alguns milhares de anos, a configuração atual seja outra e outro sistema seja implantado. A mudança de mentalidade é algo lento, meu amigo. Só nãoquero perder a minha esperança!

Abração!

Altavolt disse...

É verdade, cara Tânia: Só não podemos perder a esperança, que é a última que morre. Devemos continuar "pelejando", apesar de que às vezes cansa um pouco.

Grande abraço de Sampa!

Alta

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