Novamente nos aproximamos rapidamente do dia de
Natal. As mesmas repetitivas e exaustivas reportagens sobre o aumento do
consumo e do endividamento das famílias nessa época tão supostamente feliz.
Invariavelmente, mostram as pessoas se esfalfando em shoppings e ruas do
comércio popular com o intuito de comprar os famigerados presentes da moda para
todos os amigos e familiares. A mim causa estranheza que a maioria dessas
pessoas, que correm freneticamente nesse período, muitas vezes nem lembrem
exatamente qual é o principal motivo da celebração do Natal, tamanha é a avidez
por adquirir tudo aquilo que está em voga nesta estação, bem como presentear a
todos com essas coisinhas, que não serão sequer lembradas daqui a um ano.
Percebo que a grande maioria se empolga com as festas de final de ano, com os
famigerados amigos secretos ou ocultos, como queiram, mas não vejo quase
ninguém lembrar com a devida atenção do aniversariante e de todos os
ensinamentos que ele nos deixou quando passou por esta Terra. Muitos passam a
ser extremamente generosos neste período, como se a generosidade e a
solidariedade não coubessem em outras épocas, ou melhor, em todas as outras
épocas e dias de todos os anos de nossas vidas. O sentimento cristão de
enxergar o próximo, de viver em comunhão com os outros, de ser solidário, de
pensar um pouco mais no coletivo e menos no individual, tudo isso deveria ser
praticado por todos de maneira incessante e ininterrupta. No entanto, tirando o
período de festas, nas demais épocas do ano o que vemos é a exacerbação máxima
do individualismo e do egoísmo. Da violência, da maldade e da ignorância. Das
injustiças, dos preconceitos, das diferenciações e distinções em todas as
esferas entre pobres e ricos, entre quem pode e quem não pode pagar. As pessoas
tem valido apenas pelo seu poder de consumo e por sua capacidade econômica. Não
estamos dando a mínima para a formação das nossas crianças e jovens, que têm se
tornado cada vez mais despreparados, consumistas e individualistas. O que vejo
em quase todos os meios em que vivo, ou nas situações que presencio, é a grande
voracidade das pessoas por se darem bem individualmente, em fazer crescer o seu
patrimônio, muitas vezes de maneira ilícita e corrupta, prejudicando terceiros
e até pessoas próximas e mais humildes. Poucos têm sido os exemplos de
honradez, retidão de caráter e hombridade, apesar de que eles existem, e quando
os vemos, ficamos espantados, como se tais gestos fossem muito estranhos, quase
bizarros. Ser honesto, nestes tempos mercantilizados, passou a ser uma virtude,
quando, na verdade, ser honesto é um dever de qualquer cidadão, sempre.
Pessoalmente, não consigo passar bem e feliz por essas comemorações, pois,
diante do nosso dia a dia turbulento e desumano, considero demasiada hipocrisia
que de repente todas as pessoas passem a se cumprimentar efusivamente, aos
beijos e abraços, após terem passado o ano inteiro se maldizendo e se
desrespeitando. Claro, sou obrigado a concordar que sempre é tempo para a
reconciliação e o entendimento entre as pessoas, mas percebo que tais reuniões
de fato duram muito pouco, acabando já antes do Carnaval, outro período em que
as pessoas voltam a se individualizar extremamente, sendo que para algumas
parece que o mundo irá se acabar nessas folias de Momo. Como não sei o que dar para
cada um de vocês, e acho que todos nós estamos precisando muito mais de
reflexão e carinho do que de festas, bebidas, presentes e modismos, deixo aqui
as minhas impressões e sensações pessoais do que entendo ser uma justa e
correta comemoração do aniversário de Jesus. Penso que o melhor presente para
Ele seria que todos nós passássemos a viver de maneira boa e simples; coletiva
e justa; sem que as posses, o dinheiro e os bens materiais e de consumo
pautassem as nossas relações da maneira tão marcante como tem acontecido em
nossas vidas. Que as pessoas fossem valorizadas pelo que são e não pelo que têm
ou representam na sociedade. Que enalteçamos os talentos e os dons daqueles
que os têm, mas que jamais deixemos de perceber que por mais simples que
sejam as vocações das pessoas, todos nós as temos, e estamos neste mundo para
vivermos como verdadeiros irmãos, nos auxiliando, nos apoiando, de maneira
sincera e leal, dia a dia, e não apenas nas épocas e das formas predeterminadas
pelos que detêm o poder e o dinheiro. São a simplicidade, a solidariedade e a
bondade o maior legado que nos deixou o nosso pai, cujo
aniversário é o grande motivo de comemoração do próximo dia 25 de dezembro,
muito embora às vezes pareçamos esquecer completamente disso. segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Então, de novo, é Natal... E o que você fará?
Novamente nos aproximamos rapidamente do dia de
Natal. As mesmas repetitivas e exaustivas reportagens sobre o aumento do
consumo e do endividamento das famílias nessa época tão supostamente feliz.
Invariavelmente, mostram as pessoas se esfalfando em shoppings e ruas do
comércio popular com o intuito de comprar os famigerados presentes da moda para
todos os amigos e familiares. A mim causa estranheza que a maioria dessas
pessoas, que correm freneticamente nesse período, muitas vezes nem lembrem
exatamente qual é o principal motivo da celebração do Natal, tamanha é a avidez
por adquirir tudo aquilo que está em voga nesta estação, bem como presentear a
todos com essas coisinhas, que não serão sequer lembradas daqui a um ano.
Percebo que a grande maioria se empolga com as festas de final de ano, com os
famigerados amigos secretos ou ocultos, como queiram, mas não vejo quase
ninguém lembrar com a devida atenção do aniversariante e de todos os
ensinamentos que ele nos deixou quando passou por esta Terra. Muitos passam a
ser extremamente generosos neste período, como se a generosidade e a
solidariedade não coubessem em outras épocas, ou melhor, em todas as outras
épocas e dias de todos os anos de nossas vidas. O sentimento cristão de
enxergar o próximo, de viver em comunhão com os outros, de ser solidário, de
pensar um pouco mais no coletivo e menos no individual, tudo isso deveria ser
praticado por todos de maneira incessante e ininterrupta. No entanto, tirando o
período de festas, nas demais épocas do ano o que vemos é a exacerbação máxima
do individualismo e do egoísmo. Da violência, da maldade e da ignorância. Das
injustiças, dos preconceitos, das diferenciações e distinções em todas as
esferas entre pobres e ricos, entre quem pode e quem não pode pagar. As pessoas
tem valido apenas pelo seu poder de consumo e por sua capacidade econômica. Não
estamos dando a mínima para a formação das nossas crianças e jovens, que têm se
tornado cada vez mais despreparados, consumistas e individualistas. O que vejo
em quase todos os meios em que vivo, ou nas situações que presencio, é a grande
voracidade das pessoas por se darem bem individualmente, em fazer crescer o seu
patrimônio, muitas vezes de maneira ilícita e corrupta, prejudicando terceiros
e até pessoas próximas e mais humildes. Poucos têm sido os exemplos de
honradez, retidão de caráter e hombridade, apesar de que eles existem, e quando
os vemos, ficamos espantados, como se tais gestos fossem muito estranhos, quase
bizarros. Ser honesto, nestes tempos mercantilizados, passou a ser uma virtude,
quando, na verdade, ser honesto é um dever de qualquer cidadão, sempre.
Pessoalmente, não consigo passar bem e feliz por essas comemorações, pois,
diante do nosso dia a dia turbulento e desumano, considero demasiada hipocrisia
que de repente todas as pessoas passem a se cumprimentar efusivamente, aos
beijos e abraços, após terem passado o ano inteiro se maldizendo e se
desrespeitando. Claro, sou obrigado a concordar que sempre é tempo para a
reconciliação e o entendimento entre as pessoas, mas percebo que tais reuniões
de fato duram muito pouco, acabando já antes do Carnaval, outro período em que
as pessoas voltam a se individualizar extremamente, sendo que para algumas
parece que o mundo irá se acabar nessas folias de Momo. Como não sei o que dar para
cada um de vocês, e acho que todos nós estamos precisando muito mais de
reflexão e carinho do que de festas, bebidas, presentes e modismos, deixo aqui
as minhas impressões e sensações pessoais do que entendo ser uma justa e
correta comemoração do aniversário de Jesus. Penso que o melhor presente para
Ele seria que todos nós passássemos a viver de maneira boa e simples; coletiva
e justa; sem que as posses, o dinheiro e os bens materiais e de consumo
pautassem as nossas relações da maneira tão marcante como tem acontecido em
nossas vidas. Que as pessoas fossem valorizadas pelo que são e não pelo que têm
ou representam na sociedade. Que enalteçamos os talentos e os dons daqueles
que os têm, mas que jamais deixemos de perceber que por mais simples que
sejam as vocações das pessoas, todos nós as temos, e estamos neste mundo para
vivermos como verdadeiros irmãos, nos auxiliando, nos apoiando, de maneira
sincera e leal, dia a dia, e não apenas nas épocas e das formas predeterminadas
pelos que detêm o poder e o dinheiro. São a simplicidade, a solidariedade e a
bondade o maior legado que nos deixou o nosso pai, cujo
aniversário é o grande motivo de comemoração do próximo dia 25 de dezembro,
muito embora às vezes pareçamos esquecer completamente disso. sábado, 17 de novembro de 2012
Da série "Somente um idiota..."
terça-feira, 23 de outubro de 2012
O Thongo Man (O padrão do novo homem)
O Thongo Man chega ao seu escritório, de onde emana ordens a torto e a direito, em todas as direções e por todos os meios de comunicação de que dispõe. Se acha o dono da verdade. Está conectado a várias mídias simultaneamente, mas é incapaz de interagir diretamente com a secretária ou com a copeira. Thongo, para os mais íntimos, não lida muito bem com pessoas propriamente ditas. Se sai melhor com números, tabelas e apresentações de vídeo objetivas e impessoais. Thongo não prima por ser bom em comandar e coordenar equipes de trabalho, apesar de ser o mandachuva do lugar em que atua. Ele não tem a mínima facilidade para promover o bom e sadio trabalho em equipe. Talvez acredite na teoria de que ao dividir as pessoas poderá manter melhor controle sobre elas. Thongo mais separa do que agrega, mais ignora do que enaltece. Mais reprime do que libera os anseios e as propostas dos seus subordinados. Thongo é, para muitos padrões atuais, um homem de pleno sucesso. É jovem, bem vestido, bem tratado. Tem uma namorada loira e bonita, que vive saindo na mídia por aparecer em eventos grã-finos e vazios. Tem três carros espetaculares na sua garagem, com muitos cavalos de potência em cada um deles (E um burro ao volante). Apesar disso, Thongo jamais conseguiu desenvolver uma velocidade maior do que 40 km/h nas ruas paulistanas pelas quais trafega, ou melhor, pelas quais engarrafa. À noite, Thongo costuma frequentar vernissages, inaugurações de concessionárias de carros importados, lançamentos de imóveis de altíssimo padrão e outras efemérides dessa linhagem. Nos finais de semana, Thongo esbalda-se em sua lancha nas praias do litoral norte paulistano, que são as mais bem frequentadas, em sua maioria apenas por gente bonita, como a estirpe dos Thongos costuma se referir a lugares privativos apenas para pessoas de pedigree, com as quais eles costumam se sentir bem e completamente adaptados, uma vez que esse é o seu habitat natural. Em certas circunstâncias, como nos dias de eleição, homens e mulheres da linhagem do Thongo Man precisam se misturar às outras castas sociais menos privilegiadas, com as quais são obrigados a conviver minimamente, pois se tivessem tal poder, talvez as extirpassem da face da Terra. Mas, por outro lado, raciocina o Thongo, se eu os eliminar do mundo, quem irá executar os trabalhos pesados e sujos para que eu e os meus possamos viver dignamente, como cidadãos de bens que somos? Pessoas como o Thongo, equivocadas que são, se veem - bem como em relação aos seus pares - como seres predestinados a vencer, melhores realmente que os demais, quiçá até ungidos por Deus. O Thongo acha que nasceu para brilhar nesse mundo de glamour, de posses, de rapapés e salamaleques, de mútua rasgação de seda. No mundo do Thongo, cada um deles preserva e dá suporte aos congêneres, defendendo-se uns aos outros com unhas e dentes contra a sanha das demais classes desprovidas de toda a graça e toda a glória com as quais eles, os thongos, foram devidamente abençoados. Ao final, com um exame mais detalhado, percebemos o quanto o Thongo Man pode ser vazio e desprovido de vivência, de assunto e de interação humana. Quanto tempo ainda será necessário para que a casta dita superior dos Thongo Men entenda que a vida deve ser compartilhada e vivida com todos aqueles que os rodeiam, e que de preferência o bem-estar deva estar presente em todos os lugares, disponível para todos e usufruído também por todos? Quando os homens (e mulheres) como o Thongo Man deixarão de agir de maneira egoísta e hipócrita, passando a entender que o Sol nasce e brilha para todos, independentemente de qualquer diferença que possa existir entre nós? quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Tubarão Alado
sábado, 22 de setembro de 2012
O dia em que os rollinbunds* foram retirar o kit (ferra) de corrida!
sábado, 8 de setembro de 2012
Em Sampa tá ruço, mano!

Nessas sete eleições, apenas em 1988 e 2000 o eleitorado de São Paulo escolheu os melhores candidatos, no caso, candidatas, Erundina e Marta. Essas candidatas, eleitas prefeitas, realmente eram, em cada uma das eleições em que participaram, as alternativas mais acertadas e voltadas à implantação de gestões democráticas e populares na cidade de São Paulo. Nas outras cinco eleições, os paulistanos sempre optaram pelos candidatos com grande tendência à administração de direita e voltada aos grandes interesses econômicos e à realização de obras faraônicas ou iniciativas equivocadas e inócuas, que poucos resultados efetivos trazem à enorme população das periferias. Mas, depois da eleição já é tarde, o prefeito mal eleito tem quatro anos para tornar a vida nessa metrópole ainda pior, principalmente para os cidadãos mais pobres, que são os que mais precisam das boas e eficazes iniciativas do poder público municipal. 
Relembrando, a título de esclarecimento, Sampa já elegeu, em anos recentes, Jânio Quadros, Paulo Maluf, Celso Pitta, José Serra e Gilberto Kassab. É importante frisar que esses senhores venceram, nos respectivos pleitos, pessoas como FHC, Suplicy, Erundina e Marta. Ou seja, o povo paulistano já demonstrou que tem uma enorme tendência para votar mal, como se encarasse a urna eleitoral como penico, sem a menor preocupação ou responsabilidade.Espero que a cagada eleitoral não se repita em São Paulo. Ainda há tempo dos paulistanos darem um basta a esse tipo de administração centralizada, ditatorial e equivocada, que por tantos anos dominaram a cidade.
Ainda estamos sob a política higienista e militarizada do Sr. Kassab, o Jânio sem álcool, em alcunha muito propriamente dada a ele pelo jornalista Xico Sá. Será que esses oito anos desse tipo de administração ainda não foram o suficiente para as periferias de Sampa votarem em outra direção? Será que vão escolher novamente um prefeito insípido e inodoro, que pouco ou nada vai mudar na vida dos paulistanos, principalmente dos mais necessitados?
Só nos resta deixar aqui um apelo: Que nas próximas eleições, o eleitor encare a urna eleitoral como aquilo que é, o local para depositar o seu voto consciente, visando eleger prefeito e vereadores que trabalhem por uma São Paulo melhor. O panorama em São Paulo já tá ruço, mano, não faça com que ele ainda fique pior a partir do ano que vem. Bom voto a todos!
São Paulo merece ser governada por pessoas de maior credibilidade e de outra estirpe, com posturas e biografias diferentes dos exemplos aqui mostrados!
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Curso de Noção Vivencial em Sociedade
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Quem não respeita uma fila não respeita ninguém
segunda-feira, 28 de maio de 2012
Propagandas equivocadas em tempos equivocados
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Besteiras ilimitadas e infinitas por apenas R$ 0,25
sábado, 5 de maio de 2012
Massification Society - Revisited
Não sei se vocês perceberam, mas estamos vivendo num mundo em que as pessoas fazem quase tudo sempre igual e ao mesmo tempo.Como miquinhos amestrados, estamos sendo, todos, orquestrados por poderosos grupos econômicos, empresas, meios de comunicações e detentores das mais modernas tecnologias.
Apesar de nos acharmos tão livres, leves e soltos, estamos, isto sim, sendo o tempo todo compelidos a agir desta ou daquela maneira, a usar esta ou aquela grife, a comprar este ou aquele carro, a assistir este ou aquele filme, a ouvir esta ou aquela música...
Os comportamentos têm cada vez mais sido ditados pela televisão e pela internet. As poderosas redes televisivas dão a pauta de como a sociedade vai se comportar naquele período.
Pensem um pouco sobre o cronograma de vida e atividades que nos impõem durante o ano:
Em janeiro, ao mesmo tempo que falam em férias escolares, dando sugestões de onde ocupar os pimpolhos, falam também sobre IPVA, IPTU e material escolar. Sempre a mesma lenga-lenga.
Depois vem o Carnaval, e só se fala nesse assunto, diuturnamente. Mostram inúmeros carros descendo para o litoral, porque ficou estabelecido, sabe Deus por quem, que Carnaval é para ser curtido na praia. Desfiles, fofocas sobre as rainhas de bateria e suas infantilidades. Quantos mililitros de silicone as musas colocaram. Quanto malharam. Com quem estão namorando. Haja saco. A música então, só samba-enredo de manhã até a noite. Um porrilhão de surdos e cuícas massacrando diretamente os nossos pobres tímpanos.
Após o Carnaval, o assunto passa a ser o início das aulas e o aumento do trânsito já caótico, devido às mamães que insistem em parar em fila dupla na frente dos colégios dos rebentos.
Fala-se também dos trotes aplicados aos calouros nas faculdades e das eventuais atrocidades que essa prática costuma trazer todos os anos.
Abril, mês da Semana Santa. E a mídia já começa a insuflar a população para as viagens ao interior. Assim como o Carnaval tem que ser curtido na praia, a Semana Santa deve ser aproveitada no interior. É outra regra que assola o nosso inconsciente coletivo.
Por que o cara não pode curtir o Carnaval no campo ou na montanha e a Semana Santa na praia? Onde está escrito que essa norma não pode ser subvertida? Eu, particularmente, todas as vezes em que inverti os roteiros pré-programados pela massificação onipresente, me dei extremamente bem, ficando em lugares tranquilos e menos badalados.
E assim passa o ano: Dias das mães, férias de julho, dias dos pais, dias das crianças... e, finalmente, o auge da mesmice e do comportamento clônico: Natal e Ano Novo. Aí é que o caldo entorna de vez. Graças a Deus, passamos por esse período recentemente e vai demorar um pouco para chegar novamente.
Aí sim, a micaiada amestrada se lambuza de tanto fazer a mesma coisa junta e igual, exatamente ao mesmo tempo.
Todo mundo se fodendo junto nos centros de compras, sejam shoppings chiquérrimos e metidos à besta, ou os centros populares de varejo, como a 25 de Março em São Paulo, ou o Sahara no Rio de Janeiro.
A desinteligência coletiva é tanta, que todo o ano, passado o Natal, as lojas ficam às moscas, com liquidações de até 70% de desconto. Mas isso, só alguns poucos pensantes e autênticos conseguem vislumbrar e aproveitar. Para eles, tiro o meu chapéu.
E também, e principalmente, nesse período, a ditadura comportamental assola a todos.
O Natal DEVE ser passado em família, em volta do peru e próximo à árvore de Natal.
O Ano Novo DEVE ser passado na praia, de branco, pulando sete ondinhas e comendo romã. Claro que depois de suportar as 10 horas de tráfego pesado e engarrafamento, para só então poder pisar na areia suja e contaminada.
Não sou contra a alegria, contra as viagens e muito menos contra as deliciosas reuniões familiares. Não sou contra dar presentes a quem amamos ou admiramos. Muito pelo contrário.
Sou contra, isso sim, o fato de sermos impingidos a fazer isso sempre que o patrão mandar.
Não sou contra a música. Por sinal, adoro música. Mas precisa ser a música que eu escolhi para curtir. Não aquela que toca à exaustão nas rádios e na TV.
Curto tudo que há de bom na vida, mas deve ser tudo aquilo que represente algo de bom para mim, para minha família e para a sociedade em geral. Não o que nos empurram goela abaixo durante o ano todo.
Acho que só a educação séria e comprometida das nossas crianças pode fazer com que, no futuro, passemos a ter mais cidadãos pensantes, atuantes e questionadores. Que não engulam, sem avaliar ou cogitar, todo o lixo e todas as regras de comportamento que nos são delicada e discretamente impostas.
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Mentes Compartimentadas e Fechadas
domingo, 22 de abril de 2012
Considerações de um diletante sobre o "Jornalismo Lado B"
Além disso, entendo que precisamos resgatar o sentido de coletividade e bem-estar geral em nossas vidas. De nada adiantará termos uma vida profissional extremamente bem sucedida se ela, em última análise, não puder oferecer uma contribuição concreta, útil e desinteressada à vida das pessoas que nos rodeiam.
Entendo que todos nós, jornalistas ou não, que nos propomos a interagir de alguma forma com o mundo, precisamos manter nessa relação o maior grau de honestidade e verdade possível, mesmo que a nossa verdade possa não condizer exatamente com os modismos e imposições midiáticas e propagandísticas do momento. Um posicionamento sincero e honesto, mesmo que não seja entendido imediatamente, será entendido por todos com o passar do tempo. Às vezes, o que é correto, justo e valoroso fica sucumbido pelos ditames da moda, pelas imposições do capital ou pela manifestação da vontade daqueles que detém o poder, seja político ou econômico. Porém, demorando ou não, a verdade sempre prevalecerá.
Por isso, volto ao ponto inicial, quem mantém a coerência interior e a firmeza de propósitos em todos os aspectos da sua vida, dificilmente cairá em contradições, sejam pessoais ou profissionais. Por outro lado, quem se deixa levar pelas tendências de mercado, pelos atalhos fáceis e pelas imposições alheias, corre o sério risco ser tido como incoerente e suscetível às influências daninhas e oportunistas.
É claro que, com todas as novas tecnologias à disposição, alguns aspectos profissionais vão se alterando e evoluindo com o tempo, mas, como já foi dito algumas vezes nas palestras deste curso, o conteúdo e as ideias sempre continuarão sendo a base de todo o bom trabalho que qualquer profissional venha a criar ou executar. Acho, por fim, que para todos nós, o que deve nos mover para realizar trabalhos dignos e úteis à sociedade seja o legítimo interesse de que toda ela evolua conjunta e continuamente, aumentando a inclusão em todos os setores e diminuindo as diferenças e injustiças sociais que ainda campeiam por esse imenso Brasil.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Epitáfios grotescos
Aqui jaz Grotesco, aquele que, em vida...
"Sempre se achou, por razões inexplicadas, superior às outras pessoas e merecedor de especial deferência e consideração de todos à sua volta."
"Sempre se portou em vida segundo a velha máxima: Farinha pouca, o meu pirão primeiro!"
"Achava que tudo girava à sua volta, bem como da sua família, pouco se lixando para se o resto do mundo se explodia."
"Jamais respeitou o lado humano das pessoas, pautando todas as relações apenas pelas aparências e pela cosmética."
"Nunca em vida valorizou o ser em detrimento do ter."
"Jamais pautou-se pela honestidade, ombridade e lealdade, pois considerava esses valores como fora de moda e antiquados."
"Sempre fez na vida pública uma interminável extensão do que fazia na privada."
"Jamais se preocupou com questões ambientais, querendo sempre, isso sim, auferir todos os lucros possíveis sobre as terras, águas e riquezas naturais que considerava como suas."
"Nunca se pautou pela preocupação com os mais humildes e desvalidos, tomando todas as atitudes sempre orientado pelos seus instintos corporativistas e de classe."
"Por achar-se dono do capital, sempre exigiu ser aquele que mais lucraria em qualquer transação ou situação nas quais investisse o seu famigerado dinheiro."
"Por seu poderio econômico, sempre fez uso da sua arrogância, explorando as pessoas e os subalternos em todas as situações nas quais havia essa possibilidade."
"Sempre distorceu os fatos e a história com o intuito de manter-se no poder a qualquer custo, valendo-se da ignorância dos mais fracos e humildes."
"Sempre levou uma vida de indiferença em relação às questões sociais, passando a manifestar-se ferozmente e a declarar-se cansado apenas quando a violência chegou à sua porta ou aos seus entes queridos."
"Passava por cima dos desafetos e oponentes de maneira covarde e violenta, fazendo valer estupidamente, e à força, toda a sua vontade."
segunda-feira, 19 de março de 2012
Faça você mesmo e faça agora
Como cidadãos, sabemos que os governos vem e vão, de forma cíclica, uns substituindo os outros. Períodos mais democráticos e de esquerda. Períodos mais autoritários e de direita. E por aí vai. É claro que todos nós temos as nossas preferências e tendências políticas. Que em algumas eleições nos sentimos vitoriosos e em outras, frustrados. Mas o que eu gostaria de dizer é que, melhor ou pior, nenhum governo ou instância da administração pública conseguirá ser perfeito, muito menos agradar a todos os eleitores. Sempre haverá pontos controversos em qualquer administração. Sempre haverá algum nível de tráfico de influência e de apadrinhamento de amigos e simpatizantes. Sem contar a nefasta obrigação, cada vez mais em voga na política, de ter que lotear os governos, dando a cada partido de apoio da base aliada o seu, em muitas vezes, nem tão merecido quinhão. Ou seja, a política do "é dando que se recebe" sempre paira os governos em maior ou menor grau. Por isso, cada vez mais chego à conclusão de que, em muitas situações, devemos fazer nós mesmos as mudanças e as intervenções necessárias para melhoria da nossa sofrida sociedade brasileira. Além disso, e até mais importante, cabe a nós fiscalizar e cuidar para que as políticas públicas caminhem da forma que precisam caminhar, ou seja, sempre em prol e totalmente em nome do povo, visando o seu bem-estar e os avanços sociais, principalmente nos setores críticos como saúde, educação, habitação, transporte e inclusão social. É muito importante que não sejamos omissos quando presenciamos aberrações e descasos sociais à nossa volta. Se há como denunciar absurdos e malfeitos, denunciemos. Se há como chamar a autoridade responsável na "chincha", chamemos. O que não podemos é ficar parados, e compactuar silenciosa e bovinamente, diante do descaso e da omissão de governantes e agentes do governo, sejam de que esfera forem. Além disso, precisamos com urgência ser mais cidadãos. Não podemos exigir do governo aquilo que não praticamos em nosso cotidiano. Se vivemos lançando mão do jeitinho brasileiro (e levando vantagem em tudo, certo?) a torto e a direito em nosso dia-a-dia, como podemos criticar os políticos e homens públicos que nós mesmos elegemos? Se desrespeitamos as vagas de estacionamento para idosos e deficientes na maior desfaçatez. Se avançamos sobre a faixa de pedestres e calçadas com os nossos possantes sem o menor cuidado ou respeito ao próximo. Se sempre que podemos, burlamos a ordem, e passamos na frente, de uma fila indiana para qualquer tipo de atendimento. Se tentamos levar qualquer fiscal na lábia, achando-nos super espertos por auferir qualquer tipo de vantagem à qual não teríamos direito dentro das normas estabelecidas. Em qualquer desses casos, e em muitos outros similares, com os quais nos defrontamos durante os nossos dias, se agimos na esperteza, então não temos direito de cobrar nada de quem está no poder. Se agimos assim, descompromissadamente, indiferentemente, alheios a todas as regras de convívio e respeito ao próximo, então não merecemos nada de bom. Precisamos, urgentemente, nos corrigir e tentar arrumar tudo o de errado e torto que acontece à nossa volta, a começar da nossa casa. Nós somos, no fundo de tudo, essencialmente aquilo que fazemos quando ninguém está nos vendo. É nesses momentos que o nosso verdadeiro caráter se manifesta em sua plenitude. E é aí que precisamos ser verdadeiros e decentes, inclusive conosco mesmos. Nós, os ditos cidadãos de bem, precisamos realmente fazer valer essa condição. Trabalhar na prática, sempre que possível, para minimizar desigualdades e injustiças. Atuar sempre que percebermos que podemos fazê-lo. Evitar a cômoda omissão dos alienados e conformados. Sempre que puder fazer algo de bom ou útil, faça-o, independente de recompensas e de atendimento unicamente aos interesses próprios.






