sábado, 17 de novembro de 2012

Da série "Somente um idiota..."

Na semana passada, um juiz norte-americano condenou uma motorista de 32 anos a passar uma hora na via pública segurando uma placa com os dizeres "Somente um idiota ultrapassaria um ônibus escolar pela calçada." A mulher havia cometido essa grotesquice exatamente naquele mesmo lugar, alguns dias antes. No entanto, foi filmada durante a estúpida atitude. A polícia agiu rapidamente e a enquadrou minutos depois. A pena da moça, inovadora e surpreendentemente, foi  essa já descrita acima.  

O que me veio à cabeça é que essa modalidade de punição poderia passar a ser utilizada pela justiça brasileira para as pequenas, mas nem tão inofensivas, estupidezes cometidas por muitas pessoas nas ruas e locais de convivência pública das cidades do Brasil.

O único problema é que no Brasil, o número de pessoas condenadas a portar placas com dizeres similares a este pelos locais públicos seria realmente muito grande. Talvez encontrássemos pelas ruas mais pessoas com placas do que sem elas. De qualquer forma, acredito que seria amplamente didático para todos. 

Assim, segue um decálogo de situações cotidianas e ridículas, nas quais esse tipo de pena se encaixaria como uma luva, servindo amplamente, e de forma bem-humorada, à conscientização da nossa sociedade:

1) Somente um idiota acreditaria piamente nas informações parciais e eticamente seletivas divulgadas pelos quatro grande grupos de mídia que dominam as comunicações no Brasil.  

2) Somente um idiota partiria com o seu automóvel para cima de pedestres, seja na faixa, seja nas calçadas.

3) Somente um idiota sairia com o seu carro apenas para buscar o filho na escola ou para comprar pão, em locais  que ficam a menos de cinco quadras da sua casa. 

4) Somente um idiota desrespeitaria uma fila de banco ou de qualquer outra natureza, achando que iria levar vantagem com essa atitude.

5) Somente um idiota discriminaria pessoas por suas características físicas, pessoais, religiosas, sociais ou de  naturalidade.

6) Somente um idiota se acharia melhor e mais bonito que os outros apenas porque possui um carro maior e mais possante que os demais.

7) Somente um idiota acharia que a sua pressa e urgência são mais importantes que as das demais pessoas, querendo atropelar e passar por cima de todos por isso.

8) Somente um idiota jogaria lixo nas ruas da sua cidade. (Esta pena seria agravada nos casos em que esse mesmo idiota, ao andar pelas ruas do primeiro mundo, acha bonito comportar-se com toda a urbanidade e civilidade possíveis.)

9) Somente um idiota acreditaria que apenas uma classe ou estirpe social pode e deve, ao longo de toda a história, manter-se sempre à frente do governo do seu país.

10) Somente um idiota acreditaria que apenas uma classe privilegiada possa ser sempre a detentora de todas as benesses e tudo de melhor que uma sociedade possa oferecer, como as universidades, os cursos de formação, os clubes e os mais célebres pontos turísticos e de lazer.

Acho sinceramente que apenas um decálogo foi muito pouco para contemplar toda a idiotice humana a que nós brasileiros estamos expostos e sujeitos nos dias atuais. Agradeceria muito se vocês pudessem completar e enriquecer esta lista. Infelizmente, comportamentos e posturas idiotas não estão em falta neste momento. Talvez viesse a faltar cartolina para confeccionar os cartazes, caso essas penas passassem a ser aplicadas sistematicamente pela justiça brasileira.



Imagem retirada do blog: Blog Mais Um

3 comentários:

Sweet Toxicant disse...

Alta!! Eu ri alto e muito agora! Não porque seu texto seja engraçado. Ele é sério, muito sério. Mas porque eu fiquei imaginando que seria impossível de se andar nas calçadas porque elas estariam lotadas de pessoas segurando essas placas/cartazes.
Uma sugestão, para diminuir o congestionamento, seria usar os cartazes pendurados no pescoço, ou em um lugar bem visível no carro...
E para colaborar com sua lista, eu gostaria de acrescentar: Somente um idiota sai correndo na frente de uma mãe com criança de colo para a fila especial nos supermercados.
Acredite, isso me aconteceu dia desses, o cara quase me atropelou só pra passar na minha frente. Era um homem de meia idade, não chegava a ser idoso, mas por alguma razão ele achava ter mais direito do que eu (com uma bebê no colo) de usar o caixa especial.
Comemorei em silêncio com aquela cara blasè quando a moça do caixa disse para ele que aquele caixa era exclusivo para as pessoas como descrito na placa e que, portanto, ele deveria se dirigir a outro caixa. Hahahahaha!
Um beijo.

Tânia Peixoto disse...

Grande Altamir!

Fiquei aqui, refletindo, acerca do quão é IDIOTA a espécie humana, de forma geral. Sobretudo, no que diz respeito ao trato para com os seus semelhantes, no dia-a-dia e no tocante à falta de zelo, de cuidado para com a Natureza e o Meio Ambiente. Chamo atenção para essas duas questões porque fico profundamente incomodada com elas e é com o que me deparo mais frequentemente, aqui na minha cidade.

Há anos, meus queridos conterrâneos alimentam, de forma patológica, é preciso que se diga, um certo complexo de superioridade no tocante aos demais municípios do Cariri, ao ostentarem o epíteto "Crato: capital da Cultura", cognome criado no final da segunda metade do século XIX, por um grupo de supostos "intelectuais" que sentiam-se superiores em relação à população de Juazeiro do Norte, considerada bestial e fanática por causa dos acontecimentos que envolviam o Pe. Cícero e a beata Maria de Araújo (o “Milagre da Hóstia Ensangüentada”). O tempo passou, Juazeiro tornou-se política e economicamente independente do Crato, mas, o ranço e o preconceito perpetuaram-se. Tanto que, na atualidade, são trazidos à tona no sentido de consolidar e propagar algo que não condiz com a verdade dos fatos. Para mim, somente um idiota se porta dessa maneira, ao não se permitir, sequer, estudar e conhecer mais profundamente, a origem das coisas e dos fatos.

A não conservação do patrimônio natural (porque o arquitetônico e histórico fora tombado, literalmente, pelas administrações anteriores) é outro aspecto digno de nota. Na minha cidade nada se conserva: nem pelo poder público e, tampouco, pela população. No entanto, veicula-se amplamente na imprensa (eu vi durante algumas pesquisas que realizei, recentemente) e nas redes sociais que o Crato é uma cidade diferenciada por possuir, ainda intactos, a Natureza e os seus lugares de memória!!! Absurdo, isso. Considero um idiota, levando-se em conta essa conjuntura, todo aquele que, envaidecido, posta mentiras na internet, valendo-se de imagens antigas e de informações ultrapassadas, com o intuito de enaltecer, no presente, uma imagem do Crato que, na verdade, só existe no passado.

Acho que falei demais! (risos) Seu texto me estimulou.

Um abraço aqui do Cariri,
Tânia Peixoto

Altavolt disse...

Olá, cara Sweet,
Que é isso? Esses textos também tencionam fazer com que as pessoas riam, se for possível. Muito boa a sua dica para complementar as idiotices a que estamos expostos, todos nós. Beijo.

Olá, cara Tânia,
Realmente, sem a sua contribuição esse espaço fica pobre e desolado, rsrs. As suas sugestões e considerações são praticamente um post à parte. Eu me mantive apenas nas idiotices supostamente mais leves e ridículas, mas vc tocou em questões culturais mais severas e enraizadas, que precisam mesmo ser combatidas. Infelizmente, esse traço cultural existente no Cariri não poderá ser resolvido com simples penas de conscientização através da exposição pública dos idiotas. Aí, a questão parece merecer medidas e posturas culturais e educacionais bem mais drásticas e duradouras. Realmente, um apartheid cultural entre duas cidades tão ligadas é um completo absurdo.

Beijo de Sampa!

Altamir

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