domingo, 1 de março de 2009

Todos sempre acham que os outros é que precisam ajudar a melhorar o mundo

Ia de ônibus pela Avenida Paulista, num domingo ensolarado, quando pude ver pela janela, na outra pista, um grupo de ciclistas todo paramentado, passando a toda velocidade pela faixa de pedestres no momento em que o semáforo estava fechado para os veículos. Os pedestres tiveram que se reduzir à sua insignificância e esperar calmamente que o comboio de bikes passasse na maior vula, até porque, do contrário, seriam atropelados. Pensei comigo: Se os ciclistas estão na via pública - e além do mais, em grupo - o que os leva a pensar que não precisam respeitar o sinal vermelho?

O fato me chamou atenção porque sempre acreditei firmemente que as bicicletas possam ajudar substancialmente a desafogar e humanizar o caótico trânsito das metrópoles brasileiras.
Contudo, também os ciclistas precisam se pautar pela urbanidade e respeito ao próximo. Bicicleta também é um veículo e não há sentido no fato delas trafegarem a esmo pelas ruas paulistanas, sem respeitar as normas de trânsito e os outros transeuntes ou meios de transporte.

Nas grandes cidades, os sujos falam dos mal-lavados. Os motoristas criticam os motociclistas e ambos criticam os ciclistas, que criticam os pedestres, que criticam todos os anteriores.
Ou seja, as soluções estão sempre nas mãos dos outros. Eu não posso fazer nada, nem mudar em nada o meu comportamento. Todas as mudanças e melhorias devem ficar nas mãos dos outros. Todos devem fazer a sua parte, menos eu.

Acho que, acima de tudo, todos devem respeitar a todos. E todos devem se pautar pelo bom senso e humanidade. Estejamos nós em qualquer um dos papéis - pedestre, ciclista, motorista, etc - temos a obrigação de cumprir as regras da boa convivência. Não adianta apenas criticar desbragadamente as outras "categorias" de pessoas. Todos nós, no final das contas, somos seres humanos, e não temos nada de melhor ou pior em relação aos outros.

Se cada um de nós, ao encarnar as personas do dia a dia, cumprirmos o nosso papel com responsabilidade e cidadania, todo o conjunto vai ficar melhor para todos.

No meu modesto entender, a vida urbana já é caótica demais para que também nós, pessoas, nos tratemos uns aos outros como meros animais que pensam de vez em quando.

Precisamos exercitar mais a virtude de nos colocarmos no lugar do próximo. O mundo dá voltas e o próximo, em outras situações ou circunstâncias, poderá ser você mesmo.

6 comentários:

Flávia Batista disse...

ahhhhh...
eu sou muito a favor de que ciclista tenha que respeitar as regras de transito como os motoristas. Eles acham q só porque estão em um veiculo menor, podem tudo!!!
pode não!

bjs

Flávia disse...

os outros é que precisam ajudar a melhorar o mundo.

(ops, mas péra aí: os outros somos nós...)

Beijos!

Anônimo disse...

O mal do mundo sempre foi o cuidar da vida alheia, do dever alheio, do fazer alheio.

E você com isso?! disse...

Com certeza...

Gustavo Martins disse...

po, alta...

somos meio suspeitos pra falar

agora, depois de enfrentar o trânsito menos caótico e mais cheio de "mãos duras" de curitiba, o amigo aí reavaliaria algumas coisas

pesquisa um pouco por aí e vê do que são capazes os motoristas curitibanos...

Sweet Toxicant disse...

Eu já presenciei fato parecido... Eu sou apenas uma ciclista exporádica (mais por falta de tempo), mas adoro andar de bicicleta, e quando saio pedalando pelas ruas (existem muito poucas ciclovias) eu sempre procuro respeitar as regras de trânsito. Só "furo" isso dependendo das ruas em que ando que os carros não dão vez para as bicicletas e preciso subir na calçada... mas aí eu vou bem pelo cantinho pra não atrapalhar ninguém...
Poxa, todos nós mudamos de posição. Um dia somos motoristas, outro dia ciclistas e outro dia pedestres... então qual é a dificuldade que as pessoas têm em perceber uma posição quando está na outra?

Acho isso lamentável.

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