Com a atual avalanche de informações e fontes na web, até o enxerido escriturário se arvora a dar pitacos nos mais variados assuntos e temas cotidianos.
Sua formação profissional não é exatamente na área da comunicação, mas, de qualquer forma, quer participar da aldeia global de informações que se estabeleceu no mundo e encurtou distâncias.
O enxerido quer fazer valer a sua opinião e o seu ponto de vista. Usa os blogs e o Twitter para postar sobre os mais variados temas, achando que alguém talvez possa achar interessante aquela ideia jogada repentinamente na infomaré de Gilberto Gil.
Mas a infomaré já está tomando jeito de tsunami, tamanha a quantidade de informações, ideias e besteiras (essas, talvez, mais do que tudo) que vem engrossando suas águas.
As pessoas mais postam do que lêem. A maioria quer ser ouvida, mas já não se preocupa tanto em saber o que os outros pensam.
No Twitter, há uma competição, já não tão velada assim, para saber quem tem mais seguidores. Como se apenas o número de seguidores, por si só, já conferisse o status de autoridade da web a esse tuiteiro.
Eventualmente, na minoria dos casos, surge uma discussão construtiva e producente no Twitter. Na maioria das vezes, as postagens se resumem a banalidades e frivolidades do cotidiano das pessoas, que, em tese, pouco deveriam interessar a terceiros.
No entanto, quando essas informações fúteis são postadas por celebridades, costumam causar muita repercussão, mesmo que o tema abordado não tenha nenhuma relevância ou importância.
Por outro lado, importantes jornais e veículos de comunicação estão, cada vez mais, sendo caixa de ressonância de muitas dessas banalidades postadas na internet. É como se a comunicação tivesse sido nivelada por baixo. Até os órgãos que um dia foram respeitados pela austeridade, hoje cedem espaços cada vez mais generosos de suas páginas às frivolidades.
É claro que, com isso, deixam de abordar assuntos e temas de real interesse da sociedade. Mas quem vai se preocupar com coisas importantes como educação, cidadania, saúde, moradia, reforma agrária, se há tantas notícias leves e factoides pululando todos os dias?
É por isso que o enxerido lá do começo, que, como todo tuiteiro e blogueiro sem prestígio tem menos seguidores do que seguidos, continua metendo o bedelho aonde não é chamado, nem querido.
O enxerido não é jornalista, não é crítico, não é da mídia, não é artista, mas tem opinião própria e quer expressá-la, mesmo que ninguém dê a menor importância.
Escriturário que é, esperam dele apenas ações e providências administrativas, o que já foi abordado anteriormente neste blog. Para maiores detalhes de sua rotina, basta se enroscar nesta curva de rio aqui.
E assim segue o enxerido escriturário na sua faina diária, metendo a colher de pau nos assuntos mundanos e alheios, mesmo que não receba nada por isso, muito pelo contrário.
3 comentários:
Não tem aquela velha vergunta capiciosa: "pensa que meu ouvido é penico?"
Pois é. O povo acha que rede social é penico.
Abraço!
Essa avalanche de informações tem me cansado, Altamir. Há tanta coisa para filtrar que a preguiça está tomando conta...
No tocante aos tuiteiros e blogueiros (com raras excessões), voce tem toda razão. Conheço muitos que querem tornar-se uma "celebridade". (risos) Chega a ser ridículo. Acho que é por isso que algumas pessoas querem voltar para a VIDA REAL!
Um abraço grande, do Cariri.
Tânia Peixoto
Olá, Tânia,
No fim, o que importa, é sempre a vida real, aquela que vivemos, que precisa ser melhorada sempre, em todos os sentidos.
Beijo,
Altamir
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