No último final de semana, estava eu assistindo programas de TV e filmes em DVD, quando tive dois bons e raros momentos de contato com histórias de pessoas especiais.
No sábado à noite, o programa "Legendários", da Rede Record, prestou um belo e merecido tributo ao falecido humorista Mussum.
João Gordo, que é da minha geração, foi o apresentador da matéria. E o fez com muita emoção e verdade, conseguindo transmitir aos telespectadores a sua admiração pessoal por Mussum, e por tudo aquilo que o trapalhão mais engraçado de todos representou na sua infância e adolescência.Também foram mostrados momentos de Mussum como vocalista do grupo "Originais do Samba", quando ele roubava a cena com suas coreografias e trejeitos bastante peculiares e engraçadíssimos.
Tanto no humorismo, quanto na música, Mussum foi um artista completo. Infelizmente, só depois de sua morte prematura, começamos a valorizar todo o seu talento e simpatia.
Ficou claro, com o passar dos anos, que ele era o integrante mais inspirado dos Trapalhões, aquele que tinha o dom de provocar risos e gargalhadas espontâneos em crianças e adultos.
Além disso, atuou numa época em que o politicamente correto ainda não imperava, o que dava muito maior liberdade de criação a ele e aos seus companheiros de comédia. Eles se xingavam, se ofendiam, mas no final, tudo acabava bem, pois a pureza e a amizade estavam acima de tudo. Era recorrente nos programas dos Trapalhões, que o Mussum fosse chamado de "Negão" pelos colegas, bem como a sua resposta rápida, rasteira e marcante: "Negão é o teu passadis!"
Somente ao ver essa homenagem ao grande "Mussa", pude sentir quanta falta ele ainda faz, e quanto estamos precisando de gente assim atualmente. Em tempos tão pasteurizados e massificados, como seria bom termos mais pessoas como Mussum, que nos brindassem com tiradas e posturas autênticas e leves. Que nos remetessem aos tempos de criança com naturalidade e simplicidade desconcertantes. Definitivamente, não é fácil ser palhaço como Mussum foi. Que Deus o tenha em bom lugar!
No domingo, ao assistir ao filme "Mãos Talentosas", que conta a vida do neurocirurgião Benjamin Carson, fiquei sabendo de outra história de vida belíssima, que realmente merece ser contada e conhecida por todos.
No filme, o astro Cuba Gooding, Jr. interpreta o Dr. Ben Carson, negro, de origem humilde, criado apenas pela dedicada mãe, que consegue superar vários obstáculos e tornar-se um médico respeitadíssimo em todo o mundo, sendo o primeiro a ter sucesso em certos procedimentos cirúrgicos de alto risco, chegando a salvar pacientes tidos até então como casos perdidos pela medicina em geral.
Além da capacidade profissional, chama a atenção também a humanidade, a humildade e a responsabilidade social do Dr. Carson, pessoa afável e de trato muito fácil, apesar da inteligência e talento prodigiosos.Recomendo a todos que assistam a esse filme, ou leiam os livros do Dr. Ben Carson, pois são fontes de reflexão e sabedoria, dois itens tão escassos nos dias de comportamentos padronizados e mesmice que vivemos.
Em dois dias, dois exemplos de vida, cada qual no seu meio de atuação. Grandes pessoas. Gente com "G" maiúsculo!

Pessoas de ambos os sexos, pois neste caso, ao contrário do que preceitua a tão em voga e midiaticamente fomentada guerra dos sexos, ser homem ou mulher não faz muita diferença.